Mudar-se para outro país para acompanhar o companheiro ou companheira é uma decisão corajosa e cheia de desafios. Para muitos brasileiros e brasileiras, essa mudança pode trazer uma série de questões emocionais e psicológicas, especialmente quando se trata de encontrar um novo propósito e desenvolver um projeto de vida que dê sentido a essa transição tão intensa.
Desafios da Mudança
A mudança para um novo país envolve deixar para trás a família, os amigos e a rotina conhecida. Essa transição pode ser ainda mais complexa quando ocorre para acompanhar o parceiro ou parceira, pois muitas vezes significa colocar os próprios planos e sonhos em segundo plano. A adaptação a uma nova cultura, idioma e ambiente pode gerar sentimentos de isolamento, insegurança e perda de identidade.
Necessidade de um Projeto de Vida
Encontrar um novo propósito e desenvolver um projeto de vida é essencial para dar sentido a essa mudança. Isso pode incluir a busca por novas oportunidades de estudo, trabalho ou hobbies que tragam satisfação e realização pessoal. No entanto, essa jornada pode ser desafiadora e, muitas vezes, solitária.
Histórias de Superação
Muitos brasileiros têm encontrado formas de superar esses desafios e construir uma vida significativa no exterior. Por exemplo, Ana Silva, que se mudou para a Espanha para acompanhar seu marido, encontrou na arte uma nova paixão e hoje é uma artista reconhecida localmente. Outro exemplo é João Pereira, que se mudou para o Canadá e, após um período de adaptação, decidiu abrir seu próprio negócio, encontrando realização profissional e pessoal.
Esta e outras histórias inspiradoras você encontra na íntegra no site Estudar Fora, em https://www.estudarfora.org.br/historias-inspiradoras-brasileiros/.
Como a Psicoterapia Pode Ajudar
A psicoterapia é uma ferramenta poderosa para ajudar a enfrentar esses desafios. Um psicoterapeuta pode oferecer um espaço seguro e acolhedor para você expressar seus sentimentos e trabalhar suas dificuldades. Através da terapia, é possível desenvolver estratégias para lidar com a adaptação, fortalecer a resiliência emocional e encontrar formas de construir um novo projeto de vida que traga sentido e satisfação.
Nise da Silveira, uma pioneira na psiquiatria brasileira, destacou a importância da criatividade e da expressão emocional no processo de cura. Ela acreditava que "a criatividade é o catalisador por excelência das aproximações de opostos. Por seu intermédio, sensações, emoções, pensamentos, são levados a reconhecerem-se entre si, a associarem-se, e mesmo tumultos internos adquirem forma". A criatividade pode ser despertada em um processo psicoterapêutico e uma grande aliada na construção de um novo propósito e um projeto de vida que integre o motivo de sua mudança de país com um sentido renovado de vida e objetivos. Além de Nise, Erich Neumann, aborda a importância do desenvolvimento do self e da integração dos aspectos conscientes e inconscientes da personalidade em seu livro “The Origins and History of Consciousness”. Neumann enfatiza que a individuação, ou o processo de se tornar um ser completo e integrado, é essencial para liberar nosso potencial criativo e alcançar nossos objetivos mais profundos. Ele argumenta que, ao integrar os aspectos conscientes e inconscientes da personalidade, podemos acessar uma fonte mais rica de criatividade e energia psíquica, que pode ser direcionada para a realização de nossos propósitos mais significativos.
Conecte-se com Quem Entende Você
Se você é brasileiro ou brasileira e está morando fora do Brasil para acompanhar seu companheiro ou companheira, saiba que não está sozinho. A psicoterapia pode ser um grande aliado nessa jornada. Procure uma psicoterapeuta que compreenda sua cultura e suas experiências. Juntos, vocês podem trabalhar para transformar os desafios em oportunidades de crescimento e autoconhecimento.
Referências:
Silveira, N. da. (1981). Imagens do Inconsciente. Rio de Janeiro: Alhambra.
Macedo, Lídia Suzana Rocha de e Silveira, Amanda da Costa da. Self: um conceito em desenvolvimento. Paidéia (Ribeirão Preto) [online]. 2012, v. 22, n. 52 [Acessado 19 Agosto 2024], pp. 281-290. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-863X2012000200014>. Epub 11 Dez 2012. ISSN 1982-4327. https://doi.org/10.1590/S0103-863X2012000200014.
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